Post escrito em janeiro de 2008 para o blog Multivias - A Natureza em Fotos e Variedades. Reeditamos porque, infelizmente, as mudanças sociais pouco evoluíram.
Início de dezembro. As festas de fim de ano se aproximam. Fazemos listas de compras, de presentes... Compras para a ceia de natal, para o réveillon... Presentes para a família, para os amigos, para os colegas de trabalho... e o amigo-secreto, não vamos nos esquecer, não é? Ahra! Meu vestido... Que brincos compro pra combinar com 'aquele' vestido lindo de morrer que já estou imaginando? E por aí vai...
Festas, sonhos, presentes, árvores de natal....
Árvore de Natal. Reunimos 'os de casa' e começamos: uma bola colorida aqui, outra ali, a estrela... o papai-noel... os presentes e... os sonhos.
Sonhos. Qual foi meu sonho de natal? E o de fim de ano? O que fiz que não farei no ano novo? E o que pretendo mesmo fazer no novo ano?
Novo Ano. Ano Novo. Este ano "tudo vai ser diferente". Vou...
Vamos fazer juntos uma lista? O que vamos fazer ou não fazer este ano?
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Desfazendo nossas árvores
Árvores de Natal. Para muitos, um sonho. Ou para poucos? Não seria melhor escrever "para muitos, uma imagem fora de alcance"? Se em um país 'em desenvolvimento' a taxa de desemprego* em 2012 foi de 5,3%, quantos pais sofrem sem ter ao menos um pedaço de pão para dar aos seus? Quantos pais sofrem ao verem seus filhos 'espionando' as vitrines, as casas dos patrões, as mil e uma imagens de um natal feliz? E o que dizer daqueles que moram debaixo das pontes ou nas próprias ruas?
O que relatei não acontece só em países do 'terceiro mundo' ou em países como o nosso, querendo galgar o dito 'primeiro mundo'. Olhem as manchetes, com os olhos bem abertos: vejam o sub-mundo dos EUA ou de países europeus como a Inglaterra ou a França.
Já parou para pensar, "um minutinho que seja", sobre os 'esqueletos humanos ambulantes' que nem sonhos têm mais?
Desculpe, amigo/amiga, não tive como evitar essa 'reflexão pós-natal'. Nossas mesas foram fartas, nossos sonhos de consumo realizados. Mas, se o natal é um símbolo de amor e de doação ao próximo, vamos, de vez em quando, parar para pensar no outro?
E aquela lista, vamos mesmo fazê-la?
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*Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Quando escrevemos este post, em janeiro de 2008, a taxa de desemprego tinha sido de 7,5%.
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Um Feliz Ano Novo!
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